As cousas não têm significação: têm existência.O realismo abandona o(s) simbolismo(s) e segue ao encontro das coisas do mundo... No cinema, temos Umberto D. (1952), de Vittorio de Sica.
André Bazin escreve sobre o filme:
Em Umberto D. (...) trata-se de tornar espetacular e dramático o próprio tempo da vida, a duração natural de um ser ao qual nada acontece em particular. (André Bazin, O cinema: ensaios, São Paulo: Brasiliense, p. 292)Em outro texto, James Malpas diz:
A necessidade do realismo, tanto na arte como na vida, pode resultar da sensação de que a fantasia, a imaginação e a especulação desviaram a atenção humana, e que as coisas como elas são foram descartadas naquela área rotulada de "comum, rotineira, desinteressante". (James Malpas, Realismo, São Paulo: Cosac Naify, p. 7)Tudo isso para dizer que o cinema brasileiro me parece mais interessante quando fala do que é "comum, rotineiro e desinteressante". Um tanto farto de análises sociológicas banais (as sérias sempre interessam), espero mais "simplicidade" (coisa deveras complexa) na observação do mundo.
As cousas não têm significação: têm existência.
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3 comments:
Fabinho,
Entendo sua busca da simplicidade no cinema brasileiro, sou solidário a ela. Ótima essa relação com Caeiro e o pungente Umberto D! Abração, Cesar
Cesar, a busca por simplicidade não precisa prescindir de profundidade, complexidade. Mesmo o Caeiro, a gente sabe, é bem mais complexo do que aparenta. Mas essa coisa de "estudo sociológico" no cinema brasileiro tá virando uma praga. Se ainda fosse coisa bem feita...
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