. blog de Fabio Camarneiro

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28 August 2009

blue velvet

Veludo azul (1986) lembra descargas elétricas: excita e entorpece ao mesmo tempo.

Durante as cenas na casa de Ben (Dean Stockwell), é notável a paródia a uma certa estrutura teatral: as cortinas imitam um proscênio. A performance da música de Roy Orbison se transforma em decalque de outra apresentação, quando Isabella Rossellini interpreta a canção que dá título ao filme.

Os habitantes desse mundo bizarro lembram bonecos de cera, personagens de cartum; os planos permanecem na tela alguns segundos além do convencional, causando estranheza; a atuação exacerbada de Dennis Hopper transforma Frank Booth numa sedutora e repulsiva encarnação do mal; a palavra "fuck" é repetida ad nauseum como uma espécie de mantra psicótico e fora-da-lei.

Tudo forma um grotesco teatro de marionetes, ao qual Lynch retornaria de maneira mais explícita em Mulholland Drive: no hay banda, no hay orquestra.


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